Por @cesarversoecopy
Guerras sempre destroem.
Elas derrubam casas, calcinam ruas, separam famílias.
Mas há algo que elas queimam em silêncio e que, muitas vezes,
ninguém reconstrói depois: a cultura.
Enquanto os olhos do mundo se voltam para tanques e tratados,
livros são perdidos, museus são saqueados, línguas se calam.
Quando a guerra chega, ela não destrói apenas o território.
Ela atinge também a memória. A identidade.
A herança de um povo.
E no centro disso tudo… as crianças.
Crescendo entre ruínas, aprendendo que o som da explosão
vem antes que o da palavra, e que o medo ensina mais rápido que
qualquer cartilha.
Quantas infâncias cabem dentro de um silêncio forçado?
Quantas histórias deixam de ser contadas porque a escola virou abrigo,
ou porque a professora foi embora sem dizer tchau?
É por isso que preservar a cultura é mais do que um gesto simbólico.
É um ato de sobrevivência.
Não existe reconstrução possível sem memória.
E talvez seja por isso que, mesmo sob escombros,
alguns povos insistem em cantar.
Em pintar.
Em escrever.
Mesmo quando tudo parece ruir, a arte ainda é a forma mais
antiga e mais humana de lembrar que a vida não começou na guerra,
e que ela pode continuar depois dela.