Toda criança carrega dentro de si um mundo inteiro e, muitas vezes, ela só consegue mostrar esse mundo com um lápis de cor nas mãos.
Desenhar, cantar, pintar, encenar: são mais do que atividades escolares. São caminhos. Pontes entre o que se sente e o que não se sabe dizer. Porque antes mesmo de entender o que é tristeza, medo ou alegria, a criança já sabe transformar isso em desenho.
A arte, para elas, não é apenas passatempo. É linguagem. E, principalmente, é abrigo.
Num cenário em que tantas infâncias são atravessadas por desafios sociais, afetivos e emocionais, oferecer espaços de expressão artística é abrir janelas para o ar entrar. É dar forma à subjetividade. É permitir que cada um descubra sua maneira de existir no mundo.
Não é exagero dizer que uma criança que pinta também se cura. Que uma criança que dança também aprende a ocupar o próprio corpo. Que uma criança que canta também ensaia o direito de se fazer ouvir. E talvez seja justamente aí que a arte mais surpreende: ela não ensina apenas a fazer coisas bonitas. Ela ensina a cuidar do que existe por dentro.
A arte é isso: um jeito gentil e poderoso de crescer por dentro.
E talvez seja por isso que toda cidade que cuida da infância com arte, floresce com mais beleza, mesmo nos cantos mais simples.