Por @cesarversoecopy

Guerras sempre destroem.

Elas derrubam casas, calcinam ruas, separam famílias.

Mas há algo que elas queimam em silêncio e que, muitas vezes,
ninguém reconstrói depois: a cultura.

Enquanto os olhos do mundo se voltam para tanques e tratados,
livros são perdidos, museus são saqueados, línguas se calam.

Quando a guerra chega, ela não destrói apenas o território.
Ela atinge também a memória. A identidade.
A herança de um povo.

E no centro disso tudo… as crianças.

Crescendo entre ruínas, aprendendo que o som da explosão
vem antes que o da palavra, e que o medo ensina mais rápido que
qualquer cartilha.

Quantas infâncias cabem dentro de um silêncio forçado?
Quantas histórias deixam de ser contadas porque a escola virou abrigo,
ou porque a professora foi embora sem dizer tchau?

É por isso que preservar a cultura é mais do que um gesto simbólico.
É um ato de sobrevivência.

Não existe reconstrução possível sem memória.

E talvez seja por isso que, mesmo sob escombros,
alguns povos insistem em cantar.
Em pintar.
Em escrever.

Mesmo quando tudo parece ruir, a arte ainda é a forma mais
antiga e mais humana de lembrar que a vida não começou na guerra,
e que ela pode continuar depois dela.

Por César Falcão — @cesarversoecopy, para o blog da BARCCO.
Onde o verso encontra o ofício. E a palavra vira ponte.
Arraial do Cabo – RJ | 2025

Quando a guerra apaga histórias

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